18 setembro 2006

De tanto esperar, a bica arrefeceu
De esperar ainda mais, acabou por secar
A chávena jaz inerte no frio do mármore da minha mesa,
Símbolo da amizade perdida.

A Vida é sermos obrigados a descer este rápido
Sempre atentos à distância às margens
Com receio de encalhar

E, ainda assim, apreciamos os arvoredos ao longe
E o espelho das águas calmas que por momentos acontece
E as novidades das montras do El Corte Inglês
E a vitória inesperada no futebol

E continuamos a dizer, distraidamente:
Uma bica, por favor, cheia.

13 junho 2006

As orações invocam pensamentos positivos. Quando as recitamos o nosso corpo prepara-se para a realização de coisas gratificantes, a tensão nervosa acalma, a ansiedade quanto às dificuldades do futuro abranda.Enquanto a mente se dedica a pensamentos positivos, os pensamentos negativos são relevados para planos secundários da consciência. On voi lá vie em rose!
Por isso, se algo de muito negativo nos acontece de repente, provocando o alvoroço dos sentidos, o acelerar das pulsações, os suores frios, nesse instante devemos rezar: Ave Maria cheia de graça ...
Se conseguirmos recitar essa oração, todo o corpo de acalma, criando espaço e tempo para a reorganização das forças que nos estão a faltar para fazer face à adversidade.Admito, na minha qualidade de ateu, que o mesmo efeito se obterá se recitarmos: Um dó li tá, cabeça d' amenduá, um cloreto soloreto...
O que interessa é dominar os sentidos através do afastamento dos pensamentos negativos, que se faz invocando pensamentos neutros (neste caso) ou positivos (no caso da oração).Quem não consegue fazê-lo é invadido pelos pensamentos negativos, em cascata.

31 maio 2006

Os sentimentos são ferramentas emocionais, inatas, postas à disposição do indivíduo pelo corpo (independentes da vontade). São utilizadas para restabelecer o equilíbrio emocional com o meio envolvente. São ferramentas para a sobrevivência.
O ciúme surge no corpo (nós sentimos e pensamos com o corpo) espontaneamente, sempre que o indivíduo percepciona um desequilíbrio desfavorável para si (desvio negativo) num afecto que considera importante para a sua sobrevivência.
O ciúme, como os outros elementos de regulação nos organismos vivos, gera um fed-back de realimentação positiva (no sentido de repor o equilíbrio).
Faz repensar a relação com o ente amado abrindo portas a comportamentos correctivos; como alteração da forma de relacionamento com ente amado, a renegociação dessa relação, ou outras acções que conduzam ao equilíbrio afectivo. Esses comportamentos são a realimentação do sistema no sentido de anular o desvio.
Porém, o sistema só converge para o equilíbrio (nível de afecto desejado, neste caso) quando a intensidade da realimentação não excede determinado valor (limiar de convergência).
Diz-se que um individuo tem muito ciúme de um irmão relativamente à mãe, por exemplo, quando a intensidade das acções por si tomadas no sentido de repor a “legalidade” do afecto da mãe, é muito grande – dá muito nas vistas – é desproporcionado.
Quando a intensidade da realimentação excede o limiar de convergência, o sistema de regulação diverge em vez de convergir. Isto é, o resultado obtido é e afastamento do ponto de equilíbrio.
Quantas mais acções de realimentação tidas acima do limiar de convergência mais afastados estamos do equilíbrio.
Por exemplo um homem que matou a mulher por ciúme (em 2005 registaram-se 33 casos em Portugal): Começou par agredi-la verbalmente (acção de intensidade acima do limiar) que provocou uma reacção negativa por parte desta, que fez com que ele percepcionasse um afastamento do ponto de equilíbrio (alias real), que ele tenta corrigir batendo-lhe (nova realimentação ainda mais acima do limiar), que faz com que ela fuja de casa … etc. etc. numa escalada de actos falhados que só lançam mais lenha na fogueira que ele quer apagar. Quanto mais desviada do equilíbrio é percepcionada a relação mais intensas são as respostas, mais errado está o comportamento.
Saber como isto funciona talvez ajudasse os actores a resolver alguns casos de ciúme que por aí andam (aos ciumentos e aos ciumados…).

23 maio 2006

Um amigo do Sr. Villepin acusa anonimamente uma série de industriais e políticos de terem contas ilegais no estrangeiro – a lista anónima.
O Sr. Villepin encarrega um General de investigar o caso. O General é chamado a depor e tudo o que diz em segredo de justiça vai parar aos jornais.
O escândalo eminente parece abortar quando se sabe que a lista é falsa.
O escândalo reacende quando se suspeita que o Sr. Villepin utilizou a caso para desqualificar o seu adversário político, Sr. Sarkoze.

Resumo: O Primeiro Ministro de um dos países mais importantes da Europa, inventou um escândalo para tentar derrubar o seu Ministro do Interior!

Moral da história: 1- A Democracia Ocidental está doente, 2- O que se passa em Portugal com a Justiça é apenas um reflexo desse doença.

21 maio 2006

Com os avanços da medicina, já deve ser possível implantar um útero num homem e fazê-lo inseminar artificialmente. Depois injectando certas hormonas com uma máquina especial, o útero "pensa" que está implantado numa mulher, e prossegue o seu trabalho.Aparecerá sempre gente gritando pelo direito à reprodução assistida praticada em homens!A ética e a moral morreram. Dentro de pouco tempo passará a valer tudo!A culpa é da Ciência que, entrando na esfera da Vida, pensa que descobriu que os seres vivos são só máquinas e, como as outras máquinas, vale tudo para satisfazer os caprichos dos clientes.Haverá alguém verdadeiramente com necessidade de ter um Ferrari?

15 maio 2006

Um mar de gente em Fátima! A Fé move montanhas!
Deus queira que o Homem, no seu mórbido desejo de dominar as coisas da Natureza, para as pôr ao seu serviço, não se lembre de dominar também a Fé do Povo!
Quem sabe, usando as propriedades “milagrosas” das células estaminais do cordão umbilical, ou dos embriões congelados que sobraram de processos de inseminação artificial. As farmácias (algumas) vão passar a recolher alguns destes materiais biológicos! Cuidado!

28 abril 2006

Vamos todos trabalhar até aos 70 anos! Pois a esperança de vida foi calculada para os 80 anos.
Tudo em nome da sustentabilidade da Segurança Social gerida pelo Estado Social.

É bem certo que ninguém quer morrer mais cedo se puder morrer mais tarde. E esse facto, conjugado com os avanços da Medicina, faz com que surja o novo fenómeno social do “lixo humano”, das pessoas que sobrevivem sem qualquer qualidade de vida, sofrendo, durante anos a fio. São elas que alimentam a voraz máquina dos cuidados de saúde dirigidos prá 3ª idade. Os Hospitais (públicos e privados), as “Casas de Repouso” e o exército em formação especializado em “cuidados paliativos”, e toda a indústria da farmacêutica, da ortopedia, etc. dirigida aos idosos.

Faz-me nervos, viver com os meus 55 anos de idade, olhando o futuro com tão pouca esperança! É que não sei se me assistirá a liberdade de morrer quando estar vivo for para mim um sofrimento sem esperança. Abençoado ataque cardíaco fulminante!

26 abril 2006

"Se eu pudesse fazia o mesmo" diz o Povo. E vai votando Isaltino, Fátima, etc.
As faltas dos deputados na semana da Páscoa é só mais um exemplo do fenómeno social do desenrascanso do povo português. Em democracia os deputados vêm do povo, não há que estranhar. Ser sério, pontual, cumpridor, etc. é sinónimo de fraqueza. É para os que não têm padrinhos, partidos, grupos de influência, etc. que os protejam...

15 março 2006

O escândalo que suscitou a aumento brutal dos lucros dos bancos em 2005 já se traduziu numa medida avulso:

"Todas as comunicações e informações de crédito ao consumo vão ser obrigadas a indicar, de forma bem legível e perceptível, a taxa de juro."

O que não se explica é que os juros elevados praticados no chamado "crédito ao consumo" são constituídos por duas partes: a primeira para remunerar o capital emprestado, a segunda para garantir ao banco o reaver do capital emprestado dos clientes que não pagam (é o seguro de crédito). O Banco nunca perde, pois os utilizadores deste tipo de crédito que pagam todas as prestações, estão a pagar os juros do empréstimo que contraíram mais uma quota-parte de crédito mal parado ao qual são completamente alheios.

Também ninguém fala do dinheiro que o Estado gasta na cobrança por meios judiciais. Isto é, o acréscimo de custos da máquina judicial para dar resposta à cobrança coerciva destes "créditos ao consumo". Devia ser facturado aos bancos e não é.

Não creio que a informação "bem legível" acima referida afaste o "povo" do crédito ao consumo. Creio sim, que isso acontecerá quando o Banco sofrer as consequências de conceder crédito a quem não tem possibilidades de o pagar.

15 fevereiro 2006

Afinal a Segurança Social dá lucro, os ordenados vão subir, o Desemprego já não é problema - é estrutural -.
O populismo é uma atitude inteligente porque usa o princípio de que "olhos não vêem, coração não sente!". De facto a pré-ocupação não interessa a ninguém! Devíamos ocupar-nos só com as desgraças que nos cabem a nós e só quando nos batem à porta. O estado de preocupado é deprimente e convida ao lascismo, à falta de produtividade e de inovação!Por isso, Sr. Sócrates, engane-me que eu gosto, e o País agradece!

09 fevereiro 2006

Anda tudo tão distraído com os cartoons do Maomé que nem dão pelo avanço em passos largos do Plano Tecnológico: A OPA da Portugal Telecom.
De facto, os programas que o Sr. Bill vai trazer para serem testados em Portugal, de borla, vão usar muita fibra óptica e muitas antenas de comunicação de dados do tipo GSM, etc..
Será que só o Sr. Belmiro deu por isso ? Ou já estava tudo combinado ?

04 fevereiro 2006

Seremos o país das “martas- telegeuro”, quando o projecto “Bill Gates” estiver concluído.

“Será atendido na sua língua: escolha 1 para Inglês, escolha 2 para Francês escolha 3 para Português …”.

Isto passa-se numa cabine telefónica de Bóston ou de Sidnei ou de Ankara, aonde um português está a tentar fazer uma reserva na Air France.
Ao responder “3”, atende a menina Venessa, profissional do atendimento personalizado da Air France, escritório instalado em Guimarães, Vale do Ave.

O mesmo acontecerá quando um “portuga”, instalado no Sharaton de Londres, desejar informações sobre um qualquer espectáculo ou conferência.
É atendido pela D. Carolina, que trabalhou 10 anos a cozer entretelas numa fábrica de vestuário. Como a fábrica fechou, ela tirou um curso do Plano Tecnológico e agora trabalha no atendimento personalizado da cadeia Sharaton sito em Fafe – Vale do Ave.

Só assim se entende a medalha que o Sr. Presidente concedeu a tão ilustre benfeitor.

Não era isto que os portugueses queriam para Portugal ! Mas, se tiver que ser, que seja…

02 fevereiro 2006

O casamento de seres que se amam.
No sítio aonde moro há uma senhora que é inseparável do seu lindo cão, o Óscar.
Passeia ao fim-de-semana pela minha rua e vai falando com ele. E o bicho percebe, é fantástico!
Na padaria entra com ele ao colo, não vá acontecer como no ano passado, que foi atacado por outro cão quando esperava pela dona lá fora, preso pela trela.
Recordo esse drama como se fosse hoje. O desvelo da dona face ao sofrimento do bicho com a pata entrapada!
Falámos sobre o acidente e ela disse-me que não dormia só de pensar que podia acontecer algo de mal ao Óscar. E o sofrimento que tinha quando ele adoecia e tinha de deixá-lo ao cuidado de estranhos. As pessoas são insensíveis ao sofrimento dos bichos, dizia.
- Por isso, quando ele adoece meto férias e não poupo gastos em veterinário e em medicamentos, que são tão caros. Devia haver outra protecção para os animais.
Dizia depois de passar pelo talho, aviada com bons bifes de vaca charolesa.
- Ó mulher, case-se com o Óscar! Passa a ter dias de ausência ao trabalho remunerados para cuidar da família, descontos no médico, e nos medicamentos, e no IRS. E se você morrer ele não fica na rua, herda os seus bens e o arrendamento da sua casa transita automaticamente para ele. Era outro descanso para si.

Entretanto a diocese de Spokane, no Estado de Washington, ofereceu 45,7 milhões de dólares (38,12 milhões de euros) para conseguir um acordo extrajudicial com 75 pessoas que alegam terem sido abusadas sexualmente por sacerdotes daquela igreja.
Com o avançar d' "as mais amplas liberdades democráticas", depois da legislação que permita o casamento entre homossexuais, assistiremos à batalha pela autorização de casamentos quando um dos nubentes (ou os dois, para disfarçar) é menor de 16 anos, desde que com autorização dos pais. As indemnizações passam a chamar-se dotes.
Quando essa batalha for ganha resolve-se grande parte dos escândalos com pedofilia. Isso acontecerá quando houver uma massa crítica de pedófilos capaz de influenciar a sociedade e o poder político.

Hoje, quem aceita dinheiro como compensação de um abuso sexual devia ser considerado cúmplice, e ser condenado com a mesma bitola penal. Enquanto assim não for, o negócio continua.