15 março 2006

O escândalo que suscitou a aumento brutal dos lucros dos bancos em 2005 já se traduziu numa medida avulso:

"Todas as comunicações e informações de crédito ao consumo vão ser obrigadas a indicar, de forma bem legível e perceptível, a taxa de juro."

O que não se explica é que os juros elevados praticados no chamado "crédito ao consumo" são constituídos por duas partes: a primeira para remunerar o capital emprestado, a segunda para garantir ao banco o reaver do capital emprestado dos clientes que não pagam (é o seguro de crédito). O Banco nunca perde, pois os utilizadores deste tipo de crédito que pagam todas as prestações, estão a pagar os juros do empréstimo que contraíram mais uma quota-parte de crédito mal parado ao qual são completamente alheios.

Também ninguém fala do dinheiro que o Estado gasta na cobrança por meios judiciais. Isto é, o acréscimo de custos da máquina judicial para dar resposta à cobrança coerciva destes "créditos ao consumo". Devia ser facturado aos bancos e não é.

Não creio que a informação "bem legível" acima referida afaste o "povo" do crédito ao consumo. Creio sim, que isso acontecerá quando o Banco sofrer as consequências de conceder crédito a quem não tem possibilidades de o pagar.