30 junho 2009

Desemprego

"O trabalhador por conta de outrem é o maior inimigo da economia". É a ideia que se tenta impingir à opinião pública desde há décadas. Pois sendo a produtividade a grande culpada da falta de competitividade da economia (portuguesa, europeia), quanto mais automatizadas estiverem a indústria e os serviços, melhor.
Esta lógica destruiu milhões de postos de trabalho nos últimos 20 anos, conduziu à utilização maciça de autómatos programáveis e robots na indústria, caixas automáticas nos bancos e nos transportes, e na Internet foram transferidas para o utilizador muitas tarefas que eram executadas por pessoas que faziam isso, mas no seu emprego. Em duas Repartições de Finanças que visitei ultimamente, mais de metade das secretárias não tinham ninguém lá sentado. Reparando melhor percebe-se que o mesmo funcionário anda de secretária em secretário fazendo o trabalho que era de vários há uns anos.
Só não chegámos mais cedo à actual situação de desemprego porque entretanto foram aparecendo actividades não produtivas que absorveram a população que se destinava aos postos de trabalho suprimidos, e porque a tendência demográfica é para a diminuição da população activa e para o envelhecimento.
Porém o prato da balança na guerra produtividade / emprego pendeu definitivamente para o lado da produtividade, da tecnologia. Se não quisermos que as pessoas morram à fome por falta de emprego temos que recorrer à política do subsídio. Em breve teremos um exército de pobres a viver de subsídios e meia dúzia de iluminados a carregar em botões (de autómatos ou de teclados de PCs).
É a minha visão do futuro.

14 junho 2009

No Futuro

Tudo do futuro são sonhos.
O real só existe no passado,
no que aconteceu realmente.
Sei que é assim, e estou cansado.

Só promete o futuro quem mente…

Enganam-me os teus olhos risonhos.
Teus feitiços oblongos de serpente.
Prometem pr´ amanhã o que eu quero agora,
que é beijar teus lábios como um demente.

Ou então fico aqui, não me vou embora…

08 junho 2009

Eleições 2009

Estava previsto: A temperatura subiu no PS e a malta de esquerda votou BE. Quando arrefecer volta tudo à casa-mãe.

Estava previsto: O PS meteu o socialismo na gaveta e arrumou a casa para que o PSD tenha a possibilidade de a vir desarrumar. Desta vez, porém, não me parece que haja viabilidade para nova “democracia de sucesso”. Faltam uns milhões caídos do Céu por não terem unhas!

Estava previsto: Bush mandou por Socras, Obama mandou tirar, com a ajuda de Mário Soares!

Eu, por mim, vou acender o fogareiro ali no quintal. Vou comer umas sardinhas à maneira, encima do pão, com salada de tomates e pimentos, e vinhaça de Borba. Tudo está no seu lugar, graças a Deus!

04 junho 2009

Não Há Crise

A crise foi provocada, portanto nunca existiu. O Sistema Bancário Mundial encerrou um ciclo para fazer mais-valias e, como sempre, quem se lixa é o mexilhão. O futuro vai ser igual ao passado recente, a menos que se acabem com as regras de gestão do mercado de capitais que favorecem a concentração do Capital em grandes conglomerados como tem acontecido desde a 1ª Guerra mundial (Holdings grandes pequenas e médias, Holdings de holdings) tudo a especular para controlar as economias e através delas a soberania dos países. Quem tem poder para mudar este “status” é quem mais beneficia dele, é de esperar que se aplique aqui também a regra de Maquiavel “Quem parte e reparte e não guarda para si a melhor parte, ou é parvo ou não sabe da arte (de repartir)”. Isto é, só podemos esperar que mude algo para-inglês-ver, isto é, para que tudo fique na mesma.