18 setembro 2006

De tanto esperar, a bica arrefeceu
De esperar ainda mais, acabou por secar
A chávena jaz inerte no frio do mármore da minha mesa,
Símbolo da amizade perdida.

A Vida é sermos obrigados a descer este rápido
Sempre atentos à distância às margens
Com receio de encalhar

E, ainda assim, apreciamos os arvoredos ao longe
E o espelho das águas calmas que por momentos acontece
E as novidades das montras do El Corte Inglês
E a vitória inesperada no futebol

E continuamos a dizer, distraidamente:
Uma bica, por favor, cheia.

6 comentários:

Titá disse...

Gostei do poema, admirei a reflexão.
Bjs

Z disse...

Com que idade é que acaba a vida?
Ando a pensar nisto insistentemente e depois deparo-me com este post?
Será que alguém sabe responder, ou será que não há simplesmente resposta e se deve continuar a guardar a distância para as margens enquanto se pergunta, "com que idade acaba a vida?"

Anónimo disse...

Olá, não sei porquê lembrei-me de um certo museu Rodin no Outono, uma grande encruzilhada de encantos de juventude e velhice; muita cabeça, mas com muita vida...; gostei não só deste pensamento escrito como de outros anteriores. Há amizades que não secam na chávena

AEnima disse...

ainda nao desisti de te vir ler :)

Anónimo disse...

Tens de me dizer onde tomas as tuas bicas, porque eu gosto da minha pouco quente mas farto-me de esperar e ela não arrefece! :-)

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

AEnima disse...

Manel, vim desejar-te um 2007 cheio de coisas boas e renovadas! Beijinho