Sentimos com o corpo. As emoções são quadros de sensações
múltiplas provenientes de todo o corpo; pele membros, vísceras, nas quais o
coração e o estomago têm um papel muito relevante.
Recordar é o ato de fazer o nosso corpo “imitar” um quadro
de sensações registado em memória.
Quando pensamos que amamos alguém estamos a interpretar
racionalmente, conscientemente, o quadro de sensações que reconhecemos estarem
presentes no nosso corpo quando encontramos esse alguém e temos prazer, quando
convivemos com ele ou até mesmo quando pensamos nele e temos prazer. Quando,
mais tarde, julgamos que afinal nunca tínhamos amado, esse julgamento é ainda
uma interpretação racional do estado do nosso corpo no momento em que pensamos
a relação com o outro. Se o nosso corpo não reagiu a esse pensamento, repondo
uma imitação do estado físico que eu interpreto como amor, então o
reconhecimento desse facto é que é “julgar que nunca amei”.
Quando nos emocionamos acima de um determinado limiar de
intensidade, em situações de prazer físico ou intelectual ou em situações de
dor física ou intelectual, é o nosso corpo que decide se e como guarda em
memória esses quadros de sensações. E faz isso durante o sono.
Por isso achamos que tínhamos esquecido e afinal não
tínhamos(!). É que a memória das emoções é gerida mais uma vez pelo corpo,
segundo um mecanismo independente da nossa vontade.
Pensar que temos capacidade de decisão gerida pela razão, em
consciência, é uma ilusão..
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