18 setembro 2006

De tanto esperar, a bica arrefeceu
De esperar ainda mais, acabou por secar
A chávena jaz inerte no frio do mármore da minha mesa,
Símbolo da amizade perdida.

A Vida é sermos obrigados a descer este rápido
Sempre atentos à distância às margens
Com receio de encalhar

E, ainda assim, apreciamos os arvoredos ao longe
E o espelho das águas calmas que por momentos acontece
E as novidades das montras do El Corte Inglês
E a vitória inesperada no futebol

E continuamos a dizer, distraidamente:
Uma bica, por favor, cheia.