19 abril 2008

O Novo Testamento é tão somente um conjunto de conselhos destinados a explicar aos homens uma forma inovadora e vantajosa de jogar o jogo "Dilema do prisioneiro".
Todos os seres vivos que de alguma forma trocam informação entre si, jogam constantemente este jogo. Os seres mais inteligentes aprenderam, com a prática, que a estratégia mais segura para actuar neste jogo é a de "trair sempre", pois os ganhos assim obtidos podem ser poucos mas nunca se corre o risco de tudo perder. (algumas vezes esta estratégia revela-se altamente lucrativa).
Porém, na convivência dos homens em sociedade, esta estratégia não é a melhor, pois constata-se que "fazer o bem sem olhar a quem" é, no longo prazo, mais lucrativo que o clássico "olho por olho, dente por dente".
Está provado cientificamente que o egoísmo é a arma mais poderosa que todo o ser vivo dispõe na luta pela sobrevivência. Por isso é legítimo afirmar que a mensagem central do Novo Testamento pode ser hoje enunciada como: "O altruísmo é a forma mais inteligente de ser egoísta".
Os sábios que deram a redacção final aos evangelhos da Igreja Romana, no tempo do Imperador Constantino, tiveram a tarefa enorme de imaginar a forma de transmitir esta mensagem para ser assimilada por toda a gama de estados culturais dos crentes. Esse foi o grande desafio da Igreja, e o grande desafio dos papas que quiseram adaptar essa mensagem aos tempos em que viveram. A tarefa não foi fácil, como se sabe. Para Bento XVI também não está a ser.

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