05 maio 2009

Nós, os animais, somos máquinas de evitar problemas. Quanto mais informação temos sobre o mundo que nos rodeia maior é a lista de coisas que consideramos ter de evitar para nos darmos bem (para sobrevivermos). Por isso quanto mais sabemos menos arriscamos, mais condicionados estamos.
Quando o homem chegou às ilhas Galápagos apanhava os pássaros à mão, eles não fugiam, pois não sabiam que o homem era um terrível predador. Essas aves eram mais livres do que as outras que não ousam voar nem ousam pousar num raio de 100 metros de distância dos homens. Outra ilação que se tira é que quanto mais livres mais vulneráveis!...

7 comentários:

Anónimo disse...

A respeito do seu post no 'Jacarandá':
O autor do texto de ‘AspirinaB’, postado por ‘Prof. Sílvia’, esta e o caríssimo ‘Manolo Heredia’ argumentam como uns tristes ignorantes, aparentemente um tanto imbecís, que confundem o ‘frasco com o perfume’, a ‘lata com as salsichas’, ‘o chapéu com o que devia estar dentro da cabeça’. Os procedimentos a normalizar com um Manual de Procedimentos são os que se prendem com a essência do acto e não com aspectos absolutamente laterais ao mesmo, tais como o triste nível de detalhe a que se chega no referido documento. No caso, o que deve ser normalizado (e normalmente não é) são os conteúdos a testar, a estrutura das provas, os critérios de avaliação, etc. etc., e não a (estupidificante) exacta formulação textual das instruções aos vigilantes. Isso é um pouco como obrigar o cientista a seguir o traço amarelo, riscado no chão do laboratório, pé ante pé, quando transporta a amostra de tecidos para determinação do ADN, julgando que disso dependem de alguma forma os resultados dos testes.
O desempenho dos examinandos em nada, mas absolutamente nada, depende da exacta formulação verbal das instruções do professor/vigilante/funcionário-mais-ou-menos-imbecil que as lê. Tudo o que ele e o sistema necessitam a esse respeito é da informação clara e objectiva das regras a cumprir, coisa que os professores sabem fazer desde que se fazem exames; isto é, há já muitos anos.
Ou será que um aluno deixa de saber multiplicar ou dividir porque o professor/vigilante/funcionário-mais-ou-menos-imbecil que leu as instruções disse ‘os cuidados a ter durante a prova são os seguintes:’ em vez de ‘passo agora a ler os cuidados a terem ao longo da prova’? Bem, talvez tal se verificasse com as pessoas acima referidas. Ou talvez isso não seja assim, talvez haja aí é uma grande dose de desonestidade intelectual...

Carlos Pires disse...

Está a confundir liberdade com ingenuidade. Liberdade é escolher no meio dos perigos, uns mais conhecidos que outros.

Manolo Heredia disse...

Quanto mais perigos eu conhecer menos graus de liberdade tenho na hora de decidir, menos opções racionais. Portanto menos liberdade de fazer aquilo que me apetece, espontaneamente.

Carlos Pires disse...

Uma coisa é a ilusão de que posso escolher e outra é a efectiva capacidade de escolher.
Se houver perigos que ignoro e nessa ignorância fizer escolhas que não faria se os conhecesse, isso não significa que tenho mais liberdade quando ignoro - significa apenas que a ilusão de liberdade é maior que a liberdade efectiva.

Manolo Heredia disse...

Porém, hoje o Homem sabe muito mais do que sabia há 50.000 anos. Durante todo esse tempo a “ilusão de liberdade” tem vido a diminuir ao ponto de poder dizer-se com alguma segurança que a própria Liberdade é uma ilusão, como pretendem demonstrar os deterministas… o que constitui por si só um drama, para quem ama a Liberdade (amar uma coisa que não existe).
E para reforçar esta desilusão vêm agora os neuro-biólogos dizer que os processos de decisão, dentro do nosso cérebro,são o resultado de “guerras” entre ideias contraditórios lutando por serem seleccionadas, sendo o processo suportado por circuitos electro-químicos em competição. Se assim for, as decisões que tomo em cada instante têm todos algo de aleatório, o que contraria gravemente o princípio de existência do livre arbítrio, que eu considerava um dado adquirido.

João disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João disse...

A liberdade real foi mais ou menos sempre a mesma. A percepção dela é que muda.

Mais informação permite melhores escolhas para ai 95% das vezes.

No contexto do aumento de conhecimento mais conhecimento até permitiu maior leque de escolhas em muitas situaçºoes.

Parabens pelo blogue apesar de não estarmos de acordo.