15 março 2006

O escândalo que suscitou a aumento brutal dos lucros dos bancos em 2005 já se traduziu numa medida avulso:

"Todas as comunicações e informações de crédito ao consumo vão ser obrigadas a indicar, de forma bem legível e perceptível, a taxa de juro."

O que não se explica é que os juros elevados praticados no chamado "crédito ao consumo" são constituídos por duas partes: a primeira para remunerar o capital emprestado, a segunda para garantir ao banco o reaver do capital emprestado dos clientes que não pagam (é o seguro de crédito). O Banco nunca perde, pois os utilizadores deste tipo de crédito que pagam todas as prestações, estão a pagar os juros do empréstimo que contraíram mais uma quota-parte de crédito mal parado ao qual são completamente alheios.

Também ninguém fala do dinheiro que o Estado gasta na cobrança por meios judiciais. Isto é, o acréscimo de custos da máquina judicial para dar resposta à cobrança coerciva destes "créditos ao consumo". Devia ser facturado aos bancos e não é.

Não creio que a informação "bem legível" acima referida afaste o "povo" do crédito ao consumo. Creio sim, que isso acontecerá quando o Banco sofrer as consequências de conceder crédito a quem não tem possibilidades de o pagar.

7 comentários:

Cristina Caetano disse...

Oi Manolo
Está bem dito que o Banco nunca perde. O título do teu blog "tou feito" é sensacional. Porque será?! ;)

Em exemplos brasileiros o crédito é cada vez mais facilitado até porque quando o povo se percebe "enforcado" pela dívida que contraiu, renegocia a dívida com o Banco, que "feliz da vida" e "esfregando as mãos" continua lucrando em cima do otário.
Aqui no Brasil, nunca em nenhum outro governo os Bancos tiveram anos seguidos de tanto lucro. E vivas ao Presidente populucho que proporciona isso e enforca a classe média alta e aniquila com todo o resto. Desejo melhor sorte por aí.

Um abraço, obrigada pela visita. :)

Anónimo disse...

Manolo knows in his heart that no matter how meticulously you ever weigh anything in this world you can always reach a different conclusion if you apply a more refined set of measurements. Manolo knows that those refinements are infinite. Hours have minutes, minutes have seconds. Seconds have nanoseconds. No wonder Manolo Heredia is never sure what time it is!

Some people are prone to assume that Manolo has his head in the clouds. They think that he lives in a world of his own full of lofty ideas and complex theories. Other people have the temerity to watch Manolo at work in this way and to suppose that Manolo is indecisive! Where on earth do they get that idea from? Actually Manolo is one of the most decisive people on the face of the planet. he absolutely, definitely knows what he wants but he only knows it from one second to the next. To the untrained eye this appears to be an inconsistency. What they fail to see are the countless nanoseconds during which Manolo's sense of purpose is solid as a rock. Manolo, though, knows what people are thinking and so, to keep them on their toes he makes a point of declaring his intentions loudly and clearly. He makes quite sure that these brave statements never differ from day to day. That fools most of the people most of the time...

Your welcome :p

AA disse...

Caro Manolo,

A tendência natural das empresas é terem lucro. Se não tiverem, vão para a falência.

Quando há prejuízos que façam tender os proveitos para uma média nula, os responsáveis sentem na pele a insatisfação dos accionistas.

Que os lucros sejam grandes, em absoluto, advém da dimensão do negócio. Há de reparar que face aos montantes transaccionados, são percentualmente "baixos".

De resto, a existência de "lucro" não é por si má, porque a ninguém interessa acumular dinheiro tipo Tio Patinhas, muito menos os bancos que sabem melhor do que ninguém o que é um custo de oportunidade.

É pelo facto dos bancos terem lucros que podem reduzir os seus riscos operacionais e permitir ao mercado a compra de dinheiro mais barato. Logo, o lucro dos bancos é essencial a uma Economia saudável.

Pode queixar-se, e bem, que o consumidor tem poucas alternativas, que existe pouca concorrência no mercado bancário que faça baixar os "preços" dos bancos.

Mas aí dirija a sua fúria para quem permite distorções no sistema capitalista, protegendo o sector financeiro: o Estado.

a disse...

Os bancos nunca irão sofrer consequências por dar crédito a quem n pode pagar, se pensares bem nem faz sentido. As pessoas devem ser responsáveis pelos seus actos. O banco devia (como alguns fazem) recusar crédito a quem n pode pagar.

Quanto ao teu comentário no meu blog, não são as pessoas com quem me dou, são as que já fazem parte da minha vida, é assustador, mas naquele post estava a referir-me ao meu pai. Só que ele não sofre as consequências da vida que levou, porque tem 5 filhos (a quem nunca ligou puto, mas que foram muito bem educados pela mãe) que estão a tratar dos problemas dele. Pelo menos 3 deles estão (eu contrariada).

Cristina Caetano disse...

vesti a carapuça: e como vivemos numa sociedade capitalista o lucro é inevitável e para o meu "crescimento sustentável" corro tb atrás do lucro.
Por um momento senti minha inteligência ser menosprezada. Devo ser uma mulher muito sensível... ;)
abraços

Manolo Heredia disse...

aa,
você ficou aflito quando alguém "tocou" no "lucro". Nem reparou que o "post" se insurgia contra "o lucro excessivo" que se adivinha quando, num ano fiscal (2005) em que houve estagnação económica, certos sectores duplicaram os lucros. Como nos tempos da Guerra.

naoseiquenome usar disse...

Bem, é melhor que não tewre tal indicação, como até agora. Contudo, continuará a ser um embuste...
Beijo