02 dezembro 2009

Ateus

Um movimento ateísta português constituiu-se como pessoa-colectiva há cerca de 1 ano. Dá pelo nome de Portal Ateu. Procura agora apoio financeiro junto das entidades oficiais, para se expandir, para fazer coisas em prole do ateísmo. Considera, e muito bem, que não é fácil um cidadão dar a cara como ateu, dados os preconceitos religiosos ainda vigentes na nossa sociedade (Portugal, hoje), e que é preciso mudar este estado de coisas. Quem é ateu deve poder entrar de cabeça erguida em qualquer lado, em pé de igualdade com os católicos, os protestantes ou os muçulmanos.

Ora, os governos apoiam os agrupamentos de cidadão na proporção da sua dimensão, por questões eleitoralistas. Também apoiam grupos pouco numerosos desde que a actividade desses grupos represente uma mais-valia clara para a sociedade aonde estão inseridos (no ponto de vista dos governos, claro está). Ora as associações ateístas não parecem trazer mais-valias às relações sociais, por uma questão de preconceito religioso ou porque os governos consideram as igrejas (como associações) clubes que contribuem para a pacificação da sociedade, por fazerem as pessoas envolver-se em rituais e outras actividades que as distraem, desviando-as de actividades contestatárias do poder ou de actividades anti-sociais, como os grupos recreativos ou grupos desportivos.

Os “clubes” ateístas, porque combatem os preconceitos religiosos e lutam pela racionalização do comportamento humano, são considerados inimigos das igrejas, e isso representa uma menos-valia para a sociedade (pela lógica atrás exposta). Esta interpretação só lhes trará obstáculos no desenvolvimento das suas actividades. Obstáculos criados pelos poderes instituídos e pela oposição activa das organizações religiosas.

Vamos ver no que isto dará.

Viva o Portal Ateu!

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