30 novembro 2005

A fantasia é uma forma de sonho.
É a confabulação que fazemos, que transforma sensações (do foro físico, portanto) em pensamentos.
Quando dormimos sonhamos em função das sensações que o nosso sistema nervoso capta, não obstante o estado de "quase morte" do corpo. Assim, quando temos taquicardia durante o sono, sonhamos que estamos a correr ou a lutar (o coração "dispara"), quando fazemos uma má digestão sonhamos com algo que, no estado de vigília, nos provocaria o efeito físico semelhante ao de má digestão, por exemplo uma cena angustiante.

Com a fantasia o processo é semelhante, só que estamos acordados. Por isso é mais frequente fantasiar quando se está só, pois a atenção não está dispersa, temos mais disponibilidade para interpretar os "apelos do corpo". Por isso o homem não consegue masturbar-se sem uma forte componente de pensamento, em que a fantasia "dialoga" com as sensações.

É por isso que a fantasia não é monogamica nem poligamica, É LIVRE, como o pensamento.

Mas nem todas as pessoas estão aptas ter todos as fantasias.Uma pessoa normal (a que chamarei normal pelo senso comum) não tem a fantasia de degolar virgens, por exemplo.
É a condição física da pessoa que condiciona as suas fantasia.

NOTA: A condição psicológica de uma pessoa é um sub-conjunto da sua condição física (ler A. Damásio).

2 comentários:

Titá disse...

Um tema pertinente e sobre o qual gostei da exposição.
Muito esclarecedor
Bom feriado

Anónimo disse...

concordo que a fantasia não é nem monogamica nem poligamica mas LIVRE mas tenho dúvidas quanto ao que poderá fantasiar o chamado ser "normal". Gostei da escrita séria e da relação corpo sensações e o pensamento.