24 outubro 2005

O Ministério da Educação vai comparticipar as refeições dos alunos das escolas básicas, noticiou a TSF hoje de manhã. Na mesma notícia transmitiu palavras da respectiva ministra em que ficámos a saber que esta medida já abrangia outros níveis de ensino, e transmitiu a posição do Sindicato dos Professores Fenprof que se congratulava com a medida mas não acreditava na sua efectividade porque muitas escolas básica não tinham instalações capazes para acolher essa medida (deu o exemplo de uma em Viseu), até porque isso já tinha acontecido com o ensino de inglês na primária e com as aulas extras a alunos com dificuldades no ensino secundário.

Ora bolas! Disse eu para comigo, das três entidades envolvidas nesta notícia nenhuma está com vontade que se saiba realmente o que se está a passar! Se alguma delas quisesse, bastava acrescentar:
"Prevê-se que esta medida abranja a curto prazo cerca de X alunos em todo o país, que representam cerca de Y% da população escolar actualmente a frequentar o ciclo básico"

O ideal seria que a notícia acrescentasse a distribuição geográfica dos não estão contemplados, o prazo previsível para a cobertura total da medida, e os custos envolvidas.

É que as meias-notícias como esta servem o actual status de populismo, em que a Comunicação Social ganha audiências sempre que há polémica, a Ministra ganha protagonismo sempre que contribui para a polémica (mais vale falaram mal de mim do que não falarem nada), e os sindicatos ganham adeptos (que pensam estar a ser bem defendidos).

O que pode estar a acontecer, ainda na esteira do populismo, é que ninguém conhece o verdadeiro impacto da medida, tendo sido feito o anúncio só com a intenção de melhorar as sondagens de opinião e , isso sim, cabe ao sindicato denunciar: "...contactámos o Ministério e ninguém nos soube indicar o impacto".

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