30 outubro 2005

sempre que perdemos tudo
percebemos que há minutos que são milénios imensos
e descobrimos que a vida que vivíamos sem dar conta
e que no fundo éramos nós a respirar
é um milagre cheio de elementos
que reconhecemos e em que nos identificamos
um milagre onde habitam as pessoas a quem amarrámos as nossas mão
se jurámos amar para sempre
um milagre que existe para lá das memórias que quisemos muralhar
e que no fundo nunca soubemos compreender

José Rui Teixeira

[este poema foi copiado do blog porto-fragil]

O autor deste poema afirma, aparentemente sem querer, umas verdades científicas. Chegou a elas pela intuição (a capacidade de saber não sabendo que se sabe).

O milagre da vida significa a improbabilidade de se estar vivo neste planeta, tais são as ameaças presentes: doenças, acidentes, desastres naturais, conflitos, etc. Até a probabilidade de nascer é ínfima. Basta dizer que o material genético contido numa só ejaculação é suficiente para fertilizar todas as mulheres da Europa que engravidam num ano (lido algures).

Para conseguir sobreviver neste ambiente hostil cada ser vivo tem que lutar, sem descanso e todos os dias, procurando alimentos e abrigo (protecção), tendo muitas vezes que lutar com outros animais (da sua espécie ou não) para os conseguir. E procurando sexo, para que, através da reprodução o “projecto” do seu genoma não se perca no tempo. A missão é transmitir o software do genoma para o futuro.

As pessoas estão tão concentradas na sua missão (sobreviver para se reproduzir) que não realizam todo o seu ambiente, isto é, não tomam consciência de todos os factores que estão a contribuir para a sua sobrevivência. Só quando os perdem é que acordam !!!



1 comentário:

Zica Cabral disse...

tens toda a razão mas, graças aos nossos sitemas cerebrais reptiliano, limbico e neo cortex continuamos a perpectuar a especie apesar de todas as ameaças que nos cercam. E defendemo-nos delas.Embora cada vez haja menos defesa possivel.............

bjs
Zica